10 de mai. de 2011

Plano B


Minhas rotas estão esburacadas,
Meus planos A fluíram por rio abaixo.
Talvez esteja próximo da hora de entender que não bastará uma canção para salvar minha vida.
Que não bastará um olhar para trazer sentido a ela,
Que não será suficiente uma bela fotografia para manter acesa minha fé.
Talvez seja hora de eu entender que nunca serei um deles,
Que não importa o que eu faça, se continuar sendo o que sou, sempre irei me sentir mil anos-luz atrás de qualquer um.

Deve existir algo dentro dessa minha alma, algo além das minhas fantasias de bailes imaginários, algo forte e poderoso.
Algo que pode reluzir.

Até quando continuarei esperando a chuva cair para que eu seja preenchido com a presença de Deus?
Há meses não chove...

E embora eu tenha acordado hoje, e a primeira imagem em minha mente tenha sido o silencioso e doce olhar daquele belo rapaz,
E embora ele esteja começando a caminhar com passos lentos pelas trilhas sinuosas dos meus desejos,
Eu sei que ele não é real,
Assim como todos os antecedentes a ele também não foram.
Eu sei que continuo não me sentindo bom o bastante para os sonhos que eu mesmo arquiteto.

Eu só gostaria de saber do que ainda tenho tentado tanto me salvar...
Se já não olho para os pecados do passado e já me perdoei por meus mergulhos em escuridões... do que tento tanto me proteger?
Talvez seja medo de assumir que finalmente sou livre para ser exatamente aquilo que eu queira ou não ser...

Então o Plano B é: apaixonar-me. Seja pelo que for, o quanto for.
Apaixonar-me, até mesmo mais que amar.

Porque o amor é um constante, e parece recusar inconstantes como eu.
Mas a paixão... essa deve saber dançar no meu ritmo.