15 de mai. de 2011

Aceita


Aceita minha mão se tem na alma vontade de caminhar, fluir, flutuar...
por entre entre os frios, por entre as brisas e lua.
Aceita minha mão se é doce de espírito, simples de coração, humilde de olhar.
Aceita meu abraço se o silêncio já não é mais tão boa companhia.
Aceita meu abraço se tua cabeça precisa de um ombro para se assentar.
Aceita meu peito magro se falta-te repouso, 
e não julgue por fora o tamanho do meu coração.
Aceita meu peito se deseja o som desritmado e confuso dum músculo ora carente, 
ora mergulhado em paixões.
Aceita meu corpo se se faz nevascas em sua alma; 
aceita meu pouco, meu ínfimo sangue quente.
Aceita meu corpo se carece de abrigo, 
pois como um, seremos fortes aos temporais; pois que só, eu sou oco, e você, indefeso.
Aceita minha alma se necessita do sentir, 
se necessita de pontes, asas, flores, pedras e aromas.
Aceita minha alma se lhe ainda for importante conhecer outros reinos, 
outros paraísos, ou purgatórios.
Aceita a mim, e salva-me...
Depois devolva-me, para que eu te salve.