29 de out. de 2025

Aqui, agora

 

O perfume das novas flores 

Traz da memória adormecida 

A doce sensação daqueles velhos tempos 

Em que algo de belo, puro e sagrado 

Era emanado de todas as coisas 


Aquele tempo em que a chuva caía como uma oração 

Forte, poderosa, curativa 

Fertilizado a terra tão carente do milagre da vida


O coração está longe de ser o mesmo que de outrora 

Pesados pecados e ásperas ilusões 

Envolvem-no feito uma couraça 

Extirpando seu brilho 


Mas aqui, agora 

Ao som de uma voz sagrada 

Acolhido pelo manto solitário e suave da noite 

Eu começo a entender 

Que é só após mergulhar na escuridão mais profunda 

Que se torna possível começar a enxergar 

Aquilo que verdadeiramente reluz.

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