12 de out. de 2025

Mãezinha

 

Cai a chuva 

Mãezinha 

No dia dedicado a ti 

Do céu

Dos olhos 

A água santa escorre sobre as feridas 

Sulcos profundos no solo das almas ressequidas 

Ansiosas por uma floração que parece nunca chegar 

Como ovelhas desgarradas 

Rogamos teu amor e misericórdia 

Mesmo sendo nós 

Os que colocamos o teu filho amado no madeiro cruel 

Ainda sim 

Nos oferece Teu manto sagrado 

Para enxugar lágrimas que não cessam de cair 

Bendita é tu, cheia de graça 

A quem os anjos se curvaram a pedir permissão 

Antes do teu ventre abrigar a maior das luzes 

Tende compaixão destes teus outros rebentos 

Ainda tão pequenos e tão mesquinhos 

Mas que um dia serão dignos 

De ao menos olhar para ti. 

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