29 de set. de 2024




É como se houvesse restado um eco de todos os sentimentos que se foram 

Uma espécie de epitáfio 

Mas ao mesmo tempo 

Um prelúdio 

De algo que se viveu na superfície 

E que lá adiante 

Na borda oculta do tempo 

Irá ser vivido profundamente.


Este agora em que buscamos alguma beleza no caos 

Não é tão diferente de outros agoras que já vencemos 

Só que agosto se debruçou sobre um setembro marrom 

E venta, e queima, e sufoca... E dói 

Doem saudades do que nem foi tão grande e valioso assim 

Em outroras seria até pouco 

Quem sabe

Menos que nada. 


E eu com meus velhos mapas sobre a mesa da realidade 

De cenho fechado 

Traçando novos rumos até que interessantíssimos

Sobre os mesmos antigos caminhos já percorridos

Contudo, não deixa de ser louvável 

O imenso e quase tolo esforço 

De lutar contra essa estiagem sem fim 

Que aos poucos se apodera também do coração.

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