Não se abrirão ainda portas aos silêncios
Talvez minhas palavras e suas tentativas
Maculem a sagrada e bela poesia dos grandes arautos
Talvez meus sentimentos não sejam os mais puros e leves
E assim materializados em linhas
Nenhuma claridade acrescentem às noites escuras de tantos
Mas há no espírito suave melodia que não se cala
Uma fé menina que se não cresce, ao menos nunca perde a formosura
Há memórias tão vivas
Chegadas, despedidas
Primeiros abraços
Últimos adeuses
Tudo compondo de notas delicadas essa canção sem fim
Foram sim, tantas, as flores perdidas pelos caminhos
Os passos em desequilíbrio beirando a pecados
E o medo nunca deixou de ser incômoda companhia
Mas o olhar fita firme o horizonte com sua inexplicável claridade
Pelos redemoinhos eu vejo esperanças rodopiarem
E por vezes eu sei que minhas preces alcançam esferas celestes
Ainda piscam as luzinhas de natal
Ainda escorrem córregos mornos dos olhos
Ainda estou aqui.
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