Ao abrir a porta
Um aroma com qualquer coisa de saudade
De passado
Do que se perdeu
Ao abrir o peito
Uma claridade macia
Pequenas esperanças em cintilância
E o espírito
Com as mãos sempre sujas
Não só de pecados
Mas de enterrar sementes nos lamaçais
Esperando pelos lírios
Pela floração
Pela absolvição
Enfim
Os espelhos refletem pouco
Menos do que nada
Daquilo que foi tanto
Que foi mais que tudo
E que passou
Agora as janelas estão abertas
A brisa da noite adentra suave
E move as páginas sagradas sobre a mesa
Acaricia meus apelos
E pelos tantos passos em falso
Eu mais uma vez me concedo perdão.
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