Havia um fragmento do infinito naquela avenida
Porque no deleite de um instante sem fim
Nada faltava
Tudo bastava
Pois que havia o vento
A claridade
As árvores dançando impossivelmente
E no imenso céu acima
Nuvens enfileiradas
Como que pintadas por mãos generosas
Em largas pinceladas
Agora tudo isso adormece a um passo do esquecimento
Mas pela janela sopra uma brisa doce
Luzes piscam calmamente
E eu sinto que algo do Sagrado está aqui agora
A me envolver como em um abraço amigo
Delicado
Ansiado
E mais um corte se fecha
E mais uma cura floresce
A vida entoa suave melodia
A noite extrai suspiros esperançosos
Cessam os estrondos
Repousemos agora
Não há nada a temer.
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