27 de dez. de 2023

11/12/23



 Havia um fragmento do infinito naquela avenida 

Porque no deleite de um instante sem fim

Nada faltava

Tudo bastava

Pois que havia o vento 

A claridade

As árvores dançando impossivelmente

E no imenso céu acima 

Nuvens enfileiradas

Como que pintadas por mãos generosas 

Em largas pinceladas 

Agora tudo isso adormece a um passo do esquecimento 

Mas pela janela sopra uma brisa doce 

Luzes piscam calmamente 

E eu sinto que algo do Sagrado está aqui agora

A me envolver como em um abraço amigo

Delicado

Ansiado

E mais um corte se fecha 

E mais uma cura floresce 

A vida entoa suave melodia

A noite extrai suspiros esperançosos 

Cessam os estrondos 

Repousemos agora

Não há nada a temer.