7 de fev. de 2021

30/12/20



A vida é esse paradoxo dançando livre pelo salão dos dias que passam como que indiferentes.
Em uma face, a beleza luminosa da força e da fé, em outra, a sombra tristonha da fragilidade.
E hoje descendo as ruas por entre as árvores e o sol que se punha ao lado da tempestade, eu pensava em mais uma vida que se foi... e trazia do fundo da minha memória o som daquela voz, a imagem daquele sorriso. E as últimas luzes solares douraram uma sutil e sincera lágrima. Uma lágrima que era também pelos outros quase 200 mil olhares que não verão hoje este poente, talvez...
São tempos em que até o mais ingênuo dos poetas teria receio em falar da esperança. Mas que falemos, que roguemos...
Que as palavras encontrem o caminho para se tornarem uma oração, e que o coração se sinta acariciado por um instante, certo de que, de alguma forma, mãos divinas não o deixarão novamente se partir.