14 de fev. de 2018

15/02


Talvez tudo se trate de inspirar pessoas. Comovê-las. Então isso gera uma força misteriosa que vai se alastrando e muda o mundo ou muda ao menos pequenos mundos particulares.
Quão honestos conseguimos ser conosco? Com os outros é mais fácil porque honestidade com terceiros vem com o brinde de "olha como sou leal e maduro". Mas ser honesto consigo é quase sempre uma constatação de pequenos fracassos. Por exemplo, não passei no vestibular (edit. eu passei), escrevi doze livros que juntos não venderam 350 cópias, já passei dos trinta e não faço ideia do que é pra fazer com a maior parte da vida, tenho vergonha de marcar uma consulta. A gente vai vivendo, sobrevivendo, desviando das catástrofes e às vezes esperando um milagre, um boom que mude o rumo da história, as com 99% de chance tudo vai continuar exatamente igual ao que sempre foi.
E tem as pessoas; tão parecidas as pessoas; quase cópias. Mais um motivo para dizerem que somos todos filhos do mesmo Pai.
E tem a saudade. Ainda saudade.
Deus me livre dessa vida besta, viu.
E esperança a gente tem porque é preciso, é de bom tom. A gente vai confiando, mas esperando o pior. Andando devagar pra não cair em alguma vala.
Que porre.
A vida segue, as árvores crescem e estamos cansados pra cacete de morrer por migalhas todos os dias e nos acharmos demônios pelos menores deslizes.
Mas está tudo bem, precisa estar. Mesmo não estando porra nenhuma.