24 de out. de 2014

As rosas já não são as mesmas


Não são as mesmas, as rosas.
Parecem mais frágeis, ansiosas, passageiras.
Mas talvez durem mais que a eternidade prometida pelo amor;
Uma eternidade curta demais.
Talvez resistam às chuvas e às estiagens,
Brotando, sofrendo, desabrochando. Firmes em seu propósito. 

Não são as mesmas, as dores.
Finalmente velhas cruzes foram substituídas por novas.
E esta dor, que também parece ser grande demais, longa demais;
É tão mais bela que a antiga dor.
É a dor em resposta pela fé e pela esperança, 
Não a dor pela fraqueza e covardia.

Não são os mesmos, os caminhos.
Caminhos, como sentimentos, são feitos de sorrisos, olhares, cores;
Não de pedras. 
As pedras estão apenas em alguns corações, talvez não em todos.
Mas minhas pernas permanecem minhas, e ainda que tolas,
Buscam sempre a melhor direção.

Não é a mesma, a alma.
Nasceu e morreu solitária e sonhadora em seu jardim esquecido.
Se expandiu como um fruto belo e suculento;
Um fruto não colhido, agora murcho e amargo. 
Porém, talvez, a alma não seja o fruto ignorado,
Mas a árvore esperando a próxima chuva da primavera para reflorir.