O já velho garimpeiro
Outra vez
Revolvendo o leito do rio cansado
Em busca de algo que brilhe
Algo que valha
Algo que reste
Mas apenas memórias foscas surgem das águas
Memórias que a correnteza sempre leva
E sempre traz de volta
Nunca mais
Nunca mais
O inestimável diamante azul
Com seu brilho inigualável
Majestoso
Impossível
Nunca mais a pureza extrema
Perfeita
Amada
Apenas as águas turvas
O cascalho afiado cortando os dedos
O cessar das luzes
A saudade
É então o fim
É então tarde
O garimpeiro repousa suas ferramentas
Gastas
Danificadas
E parte do rio
Para o qual em algum momento há de retornar
Para revolver de novo e novo
Sem esperança
O leito silencioso
Sem saber
Que ali naquelas águas
Só o
que de precioso restara
Era ele.
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