Houve um pequeno
Um curto espaço de tempo
Em que não havia tempo
E por não se saber da passagem das horas
Se era infinito
E tudo o que agora é tanto
Os relógios
Os horários
As hierarquias
As falsas promessas e falsos sorrisos
Os sonhos monumentais
Era nada
Apenas um ruído distante
Ecoando no horizonte sem fim
E tudo de tão pouco
Um aroma
Uma luz do sol
Uma flor
Um riso de criança
Um fim de tarde
Um outono
Era o que era na verdade tudo
E bastava
Talvez eu soubesse antes
Muito mais sobre tudo do que sei agora
Com a memória ainda pura
Límpida
Repleta de ecos fluorescentes
Da verdadeira vida
Agora então
Quando os anos passam displicentes
Eu luto para levar o menino para brincar lá fora
Como antes
Quando o que doía
Era apenas a noite chegando e pausando a felicidade do dia
Quando o que doía era só um joelho ralado
E não um coração que se partia.
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