19 de nov. de 2022

 



Eu estava ali sonhando com os olhos bem abertos e fixos

Com uma segunda presença, uma primeira voz, uma antiga canção

Uma nova chance

Criando memórias etéreas de um tempo que nunca existiu ou irá existir 

Mas onde brilhávamos e dançávamos como se nós e o mundo estivéssemos curados

E não houvesse mais 

Por um tempo

O que temer, do que fugir, do que se esconder

Sendo um tão grande quanto o outro 

Enquanto olhamos para a mesma direção

Um ao outro

E tudo passando diante de nós

Sem nos atacar por uma única vez 

Ao menos

Sem contaminar nosso coração com medo e lágrimas 

Lágrimas que escorreriam por motivos contrários 

Aos que quase sempre escorrem 

E transformam o meio-dia em meia-noite

Por fim

Segurando sua mão

Admirando seu sorriso 

Caminho rumo à saída 

Desse lento fim dos tempos.