5 de nov. de 2021

Onde as esperanças brincam

 


As palavras sempre em sua caçada

Pelo encantamento correto,

Pelo milagre oculto,

Pela remissão de algum pecado.


Por elas os olhos buscam faíscas de beleza

Em uma paisagem sem encanto

Onde nem mesmo a poeira reluzente do passado

Ainda resiste pairando no ar.


Mas até os anjos viram a luz tímida 

Que se oculta por entre os tantos deslizes,

E que brilha

Por entre as frestas abertas pelos dias.


Há emaranhado a ela 

Todo esse amor adormecido,

Clamando quase rouco pela superfície,

Há...


Então eu aguardo armado de versos fracos,

De flores quase sem perfume,

Segurando com ternura

Um sonho que aos poucos se liquefaz. 


Eu aguardo...

Por uma verdadeira primavera,

Que colorirá de verde e púrpura 

Os campos cansados onde as esperanças brincam.