14 de abr. de 2018

31



Às vezes a gente se esquece do quanto é belo e humano;
Que por baixo das camadas de medo e pecado,
Vibra e canta, como uma ave do sertão,
Toda a poesia, toda a vida, até o amor.

Ah o Amor...
Não nos cruzamos há tanto tempo,
E talvez nunca tenhamos nos cruzado de fato,
Mas bem no fundo, ele ainda queima.

Tem horas que o pensamento flutua na linha do horizonte
E o coração diz que já está cansado de perder.
Mas que ilusão mais boba achar que se perde algo...
Quando nada lhe pertence, tudo apenas vem e vai.

É assim.
Pelo bem pouco que sei, a vida é assim.
Não é que eu não seja grato,
Acho que ter fé já é o maior ato de gratidão.

Sempre digo que não ligo,
E no fundo aprendi a não ligar mesmo.
Mas tudo quanto é coisa me bota pra pensar,
O passar dos anos não seria diferente.

E já são 31.
Que era a vida aos 21, que será 41?
A vida nunca deixa de ser uma criança nos braços da gente,
Você não acha?

Algumas coisas que não sei, eu suponho.
Suponho que de alguma forma está tudo certo assim,
Mesmo sem acreditar por demais nisso...
Tem isso, o tempo ensina a gente a aceitar.