4 de abr. de 2017

Não sobrou


Não sobrou nada para quebrar,
nada mais para amar;
Nenhum novo sol poente,
jardim florescente.

Não sobrou alguma ânsia pelo pranto,
os olhos vitrificados fitam o infinito.
Nenhuma paisagem se revela
para além das espessas brumas.

Não sobrou nada a ofertar,
nenhuma esperança a iluminar o sorriso.
Nenhuma resposta para as questões,
que ficaram pelas estradas que nunca voltamos.

Não sobrou espaço para luzes e sombras,
num coração enfim de concreto.
Nenhuma canção para trazer para perto
o que nunca esteve realmente aqui.