1 de abr. de 2017

Na ida


Eu falava de cores macias,
Passados ásperos.
E dos poemas que nasceram
E irão morrer em silêncio,
Longe de qualquer olhar,
De quaisquer lábios.

Éramos jovens,
Repletos do direito de errar.
Seduzidos por imagens,
Por mensagens,
Por quem?
Tudo se vai,
E eu sei bem.

Então não sorria na ida
Por teu caminho.
Quantas vezes
Meu caminho também?
Mas sorrio agora
Porque há um solo de guitarra
E uma voz dourada, meiga,
Dizendo haver alguma beleza
Em não entender o caminho também.