7 de jan. de 2016

Tolo espírito ingênuo


É preciso que mais algum tolo fale
Sobre o brilho esplêndido das estrelas
Após um dia de felicidade e paz,
E em como apenas doces lágrimas as nublavam?

É preciso que mais algum espírito singelo
Relembre outros da delicadeza e beleza
Das andorinhas... quase leves como o vento,
Admiradas numa tarde quente de nuvens esparsas?

Talvez.
Porque também viu, este tolo espírito ingênuo,
Olhos esculpidos pela dor, enquanto olhava horrorizado
Suas mãos inúteis, imóveis.

É preciso que se diga que a vida resiste,
E é bela em algum canto, por algum doce motivo,
Porque em outro, ela é profanada com adaga contaminada
Em seu âmago adoecido e frágil.

Basta este amor que apenas flores e versos cria?
Não basta; mas, graças, Deus, existe!
E um dia as mãos macias e quase mortas
Estarão ásperas e reluzentes por servirem com gratidão.