21 de nov. de 2013

Bandeira branca


Não se sinta mal; se você ainda guarda algo de valioso seu dentro de mim;
com a bandeira branca pendurada na minha porta.
É tão simples: o tempo das lutas inúteis passou.
Quem bater nesta porta será recebido em paz.

A lições que o fogo e o sangue deixaram permanecem.
O líquido que borbulha em minhas veias continua mais apaixonado pela vida do que nunca.
Nada em mim está morrendo, nada em mim está desistindo.
Ao menos não desistindo de si mesmo.

Sempre fica a amargura depois do fim.
Sempre é eleito um culpado mesquinho diante da perfeição suprema da outra parte.
Tudo bem, eu entendo. Talvez, pouco tempo atrás eu até concordasse.
Entregue a culpa numa caixa dourada e coloque num cômodo vazio qualquer desta casa suja, num lugar onde não me atrapalhe dançar, por favor.

Logo partirei para tão longe e nenhum arrependimento, nenhuma culpa será levada na mudança.
A caixa dourada e tão pesada ficará no mesmo lugar, até que se decomponha.
Convidarei amigos e heróis, carregaremos as flores e os seis gatos.
E novos sonhos irão ser adubados com todas as histórias que foram morrendo com o tempo.

E o amor... o amor retornará a ser a busca mais doce e inútil.
E a busca... a busca retornará a ser o amor.
Minúsculos instantes levados como pétalas pelo vento...
Instantes tão bonitos e irreais.