17 de dez. de 2012

Sangue


Minhas cores não estão nos olhos, estão na alma.
Minha armadura não está por fora, não é de ferro; está por dentro, é meu sangue.
Sangue de preto, de branco, de homem e de mulher, de anjo e de demônio.
E se a arte é a única coisa que nos cura da gente, ela será minha deusa.
Ela será minha mãe e meus irmãos e eu mesmo.

Porque o mundo não te aceita se você você não não ambiciona o que os demais ambicionam.
O mundo não te aceita se você é conformado, ou inconformado.
O mundo não aceita seus medos, suas limitações, seus desejos secretos, seu oceano profundo.
O mundo quer o raso, o solucionável, o explicavelmente claro.
O mundo não quer um gay para presidente.
O mundo não quer uma negra pobre como ídolo.
O mundo não quer que eu vista saia.
O mundo não quer que você ande sem brinco.
O mundo não quer que você fale alto.
O mundo não quer que você fale muito.
O mundo não quer você.
O mundo não me quer.

Minha armadura está nos olhos, no meu sangue tem minha alma.
A interpretação errada do mesmo livro sagrado cria ateus e fanáticos, e ateus fanáticos, e fanáticos contra ateus.
Enquanto Deus está chovendo lá fora, vocês se desrespeitam aqui dentro.
Sim, Deus é o raio, é o sol, é o vento.
Por que não?
Porque isso é explicado e compreensível?
E quem disse que ele nunca será desvendado?
Uma vez um amigo disse: 'sabe porque você não enxerga seu nariz? Porque você o enxerga o tempo todo.'

E qual minha parte nisso tudo? Ainda não sei.
E que bom pra você se você sabe a sua.
Sei que amanhã tenho um compromisso às 16. Dia 7 acabam as férias.
Sei que hoje estou bem, mas amanhã não, talvez.
Sei que o tempo cura, ou talvez não o tempo, mas a inércia.
Assim como arte, aquela de que já falei...