26 de nov. de 2012

Ao vento


As palavras; tão leves as minhas palavras; foram todas varridas pelo vento.
E embora ontem eu tenha visto Deus nas nuvens e hoje eu o tenha visto no luar e nas estrelas,
E embora eu tenha chorado diante da certeza de estar sendo ouvido,
Meu coração insiste em não saber quem é.

Eu amo mesmo esse lugar, essas coisas, essas sensações, essas pessoas?
Ou apenas sou covarde demais para descosturar as asas que sei ter atadas às costas?
Talvez eu queira ser um ajudante na salvação do mundo,
Talvez eu só queira que o café esteja na mesa amanhã de manhã.

Serei sempre esse ensaio?
O egoísta que só não fere por saber que ferir é o que mais lhe dói?
O medroso que só não muda por preferir os medos conhecidos?

Às vezes me sinto tão grande que dói me carregar.
Às vezes me sinto tão ínfimo que um sopro torna-me farelos.