O mundo ruíra-se por centenas de milhares de vezes
E reconstruíra-se quase completamente outro em seguida
Sob os mesmos alicerces
Então é estranho que por fora tudo pareça igual
Enquanto no âmago tudo esteja diferente
Pela primeira vez o novo adeus não fez mais sentido
Pela primeira vez o que era próximo parecia extremamente distante
E as palavras tornaram-se relâmpagos
Pequenos e rápidos clarões na noite que sempre volta a reinar soberana em algum momento
E por todos os tempos esperava um sinal que não vinha
Alguma resposta para as perguntas que já não são mais feitas
Mas esperava
Esperava enquanto a luz do dia não chega definitivamente
Enquanto do peito ouve ecos
Preces e murmúrios
Exaustivas ânsias
Enquanto o espírito conserta rachaduras e trincos que sempre voltam a aparecer
E agora em que finalmente se faz algum silêncio lembro-me da indagação:
Qual a diferença entre a poesia e o poema?
A poesia é o presente
O poema é o passado
Sonhando com o futuro.
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