4 de mai. de 2015

TEMPOS INVERSOS



Quem me dera estas fossem apenas palavras...
Palavras leves, gastas ao léu, em tardes mornas de domingo.
Mas não: oferecer um poema, um verso que seja, é oferecer um pedaço de alma que não cabe mais dentro do corpo.
Todo poema é uma dor, uma despedida, mesmo os felizes.
Todo poema é de Amor. É para o Amor.
Pois o Amor em tudo está, em tudo reside.
Em silêncio, em lentas lágrimas compostas dos mais diversos e possíveis sentimentos, trago à tona "TEMPOS INVERSOS", meu sétimo livro.
Em uma alegoria, colocaria o eu-lirico destas páginas como um peregrino em terra assolada por estiagem. Um viajor que já conheceu verdes prados, mas no instante, sente a areia quente nos pés feridos, enquanto olha com esperança nuvens esparsas no céu.
O tempo já não importa. O tempo não registra nas areias a história de um homem qualquer. O tempo se tornara as próprias areias.
Areias que se movem sempre, que mudam o horizonte sempre, mas nunca deixam de compor o mesmo deserto.

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