22 de jun. de 2013

Todo dia é um adeus


Outra partícula morreu; coisa pouca, nem doeu tanto.
Morreu séria, sem dramas, sem lágrimas. Apenas morreu.
Outro "E se..." que se foi. 
Foi-se ao vento frio do inverno que vem chegando.
São ilusões que já nem germinam mais.

As palavras foram as primeiras a partir.
A mente continuava com seus encontros de tornados e terremotos,
mas a palavras se recusavam.
Recusaram até morrer...

O coração também se foi.
Nenhum aroma o ressuscita.
E quando ouço seu canto é um canto tão distante, tão triste.
O coração não morreu, porque dói.

A claridade cessou.
É dia de lua cheia, lua próxima, mas há tanta nuvem, meu Deus...
Tanta Nuvem.
A claridade cessou; sonhos e pesadelos andam de mãos dadas, como amigos.

Todo dia é um pequeno adeus, uma pequena despedida,
até a despedida final.
Até a coragem ser grande e forte, até as decisões serem sólidas.
Todo dia é uma pequena morte, até a vida começar de verdade.

Eu não direi novamente tudo o que meus olhos já disseram...
Eu não verei novamente tudo o que meus lábios já viram...
Eu não cantarei novamente tudo o que meus ouvidos cantaram...
Eu não beberei novamente dos mesmos aromas...
O adeus de hoje já foi demais.