15 de jun. de 2013

Nenhum herói


Cortei minha sanidade em pequenos pedaços para alimentar minha esperança.
Fiz isso por todos estes anos.
E cá estamos nós: minha sanidade quase finda, e minha esperança grande demais para conseguir mover-se e fazer seu trabalho.
Não me esqueci do amor; esse sentimento tão banalizado, tão cuspido pela boca de todos.
Um sentimento que jamais deveria ter sido nomeado, porque nomes limitam.

Estou lutando contra tudo outra vez.
Estou fardado de flores e espinhos em meu campo de batalha mais uma vez.
E no fundo, o que fui ainda sou.
Quem não quer um herói? Quem não quer asas?

Mas não há magia dentro de mim. Não há nobreza em minha alma.
Eu deveria ter poderes de salvá-lo. 
Deveria mostrar alguma gratidão pela generosidade da vida que até hoje não bateu em minha porta para cobrar meus pecados.

Se chegou a hora do adeus, eu o aceito.
Embora nada em mim eu consiga extinguir ou apagar,
Talvez os dias precisem desse silêncio, dessa dor, dessas memórias.

Mais uma vez aceito minha incapacidade.
Aceito perder outra batalha.
Quero apenas me deitar aqui e continuar a ver as estrelas que um dia paramos para admirar juntos.
Elas continuarão lá para sempre.

Talvez tenha sido pretensão demais querer ser seu salvador,
Eu, que nem a mim mesmo salvo.
Estou lhe perdendo para você,
Assim como me perdi para mim.