19 de abr. de 2012

O infinito cabe num segundo

Apenas outra vez essa língua amarga.
Nada de palavras, nada de canções...
Nadando na própria saliva de fel.
Escondida por esses mesmos lábios finos e sem sabor, na mesma boca que devorou minha luz.


Parta-me!
Talvez eu volte a brilhar!


O que foi?
Os sonhos em penumbra, neblinados, as dimensões rompidas?
Medo, voracidade, luxúria?
A beleza tão sublimemente fútil dos diamantes falsos...
Sem sol, nuvens. Por pouco, sem céu.


De repente o infinito cabe num segundo.
Mas o segundo passa e deixa nosso amado e velho inimigo.
Claro, o Vazio.
O que mais?
Mas agora, não o vazio de certezas ou quimeras, já não fazem diferença.
É puro vazio de si mesmo.