18 de mai. de 2025



Houve um tempo em que a brisa assim fria 

Que desliza pelas ruas carregando palavras e folhas 

Trazia ao mesmo tempo algo de uma poesia ancestral 

que nunca se perde 


Os anos passaram céleres

A face já não é a mesma

A alma também não 

Já rasos sucos no reflexo 

Ainda profundos sulcos na alma

Mas percebo que alguma parte do coração permanece a mesma 

Imaculada


E quando sentimentos augustos derramam luzes suaves sobre ele

Eu vejo que de arbustos espinhosos

Desabrocham flores de imperecível beleza 

Sinto então 

Que talvez reste alguma chance

Que talvez não seja tarde demais.

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