Em algum momento é irresistível desejar ser novamente criança e ter a mãe a dizer vai daqui para ali, ou faço isso ou faça aquilo
Sem que tenhamos que pensar muito pois que alguém havera pensado antes com muita precisão e sabedoria
Para tudo se há horas e organizações
Para tudo há muita segurança
E ainda que muito falte, nada falta
E ainda que muito doa, nada dói
Então crescemos desavisados de que precisamos crescer
E começa-se a pensar na vida, na morte, nas consequências todas
E há tantos números a serem calculados, tantas portas a serem trancadas, tantas janelas a serem fechadas que quase já não vemos mais o céu, não vemos mais a imensidão
Crescemos e tudo se torna diminuto, razoável, necessário
E mesmo comentando pequeno atos de rebeldia, como manter as luzes de natal por todo o ano, deitar no chão para olhar as nuvens, escrever poemas bobos
Temos medo...
Medo de que não sejamos mais nem uma memória para aquilo que já amamos
Medo dos despertadores que só esperam a hora certa para nos banhar em realidade fria
Medo do tempo...
Que não existe, e ainda assim, troca de lugar todas as coisas... algumas, para sempre.
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