25 de ago. de 2017

Anjos e tempestades



Há uma grande chance de que para sempre os sonhos sejam repletos de anjos e tempestades. Algo do que nos é ancestral, algo que flui pelos átomos do espírito, é inalterável.
Jazem pacíficas em certas madrugadas as memórias dos tempos santos e dos tempos profanos. Não éramos nós. Era nossa carne, a epiderme, a fome e a ânsia. Porque como uma jóia indestrutível, o âmago reluz e é inabalado.
Somos luzes. E a esperança em meio a esse caos triste e desenfreado que nos consome prova isso. Amamos, regamos jardins, dizemos "isso também vai passar".
Às vezes acho que entendo o amor de Deus por nós, um pouco.
A vida é tão bonita!
E quando os véus da ignorância e do ódio se rasgam, é fácil lembrar que também somos Deuses.
O silêncio lá fora abençoa o sono dos santos e dos demônios. Algo de sagrado reside nesse solo repleto de sonhos em escombros e em construção.
Amanhã é dia de música e luzes na pracinha, e juntando esses pequenos milagres a gente vai vendo que timidamente pelas festas de alegria a verdadeira vida vai emergindo.
A poesia das almas resiste emanando amor em todas as direções.
Basta um peito aberto o jardim há de ora ou outra florescer.
Onde quem quer esteja, quem quer que seja, estou te emitindo um pouco do que guardo de amor nesta noite.