10 de jul. de 2013

Cotidianos


É comum olhar para dentro e ver esse campo imenso,
Onde o vento quase forte deita a relva e faz cócegas nas flores.
É um momento sem dores, necessidades ou explicações.
É provável que o tempo vire; 
Uma tempestade inconsequente sempre pode desabar incontrolável.
Ou não...
Ou apenas poucas nuvens, 
finas como o véu branco das noivas felizes, 
aplaquem a inclemência do sol.

Às vezes é bom que nada importante esteja acontecendo.
É bom ouvir os outros garotos falando de futebol,
Ou as garotas falando dessa ou daquela forma de se embelezar.
São santos momentos inúteis, leves, inofensivos, calmos,
Diante de tanta demagogia, tanta indelicadeza, tanta aridez,
Da qual é constituída a realidade.

Às vezes, em raros momentos perdidos e suprimidos
Entre cotidianos fúteis, eu me sinto quase do mesmo 
Tamanho dos meus sonhos.
E os monstros, 
inchados de tanta arrogância...
Não me assustam nem um pouco.