11 de abr. de 2014

Apenas saudade


Há certa dor na perfeição.
Quando lembro do teu sorriso naquela estrada empoeirada,
Quando lembro dos teus olhos, o azul esverdeado sublime deles,
E quando lembro do seu toque,
Teu toque que as palavras jamais estarão a altura de descrever,
Doem-me até os ossos.

Uma dor bonita, belíssima,
Como um raio de luz que se desprende do nascer do sol e acerta-nos a vista.
Uma dor meiga, carinhosa, como um abraço bem apertado.

E eu quero o silêncio para pensar nessas coisas,
Para sonhar com o vivido e com o que se viverá.
Mas não há silêncio, apenas saudade.

E em meio a estas tardes insossas e noites quentes,
Tento de alguma forma acreditar-me digno do teu amor.
Por vezes acredito, por vezes, não.

É que falta-me o fôlego ao te imaginar, ao te sentir.
É como um minerador ao encontrar um imenso diamante,
Um jardineiro ver um broto na planta que se acreditava morta.