17 de mar. de 2016

Pela noite, pela manhã

Você pode voltar a me assombrar,
Nos sonhos tão meus, em noites tão minhas,
Com demônios do passado e do futuro.
Pode me por em posição fetal a chorar,
Como naqueles dias
Em que nenhuma luz podia vir do céu,
Ou de qualquer outra coisa.
Pode olhar em meus olhos com a frieza do aço
Enquanto coloca o maior medo nos meus ombros,
E me dar visões funestas de dias dos quais espero a felicidade.

Mas a manhã virá, e eu serei resgatado por uma doce canção.
Ninguém virá ao meu socorro, mas ela libertará meu espírito.
Você é tão forte, mas tão fraco se visto de perto.
Eu sei que nunca mais serei o mesmo,
Que são vagos e distantes o tempo de menino,
Mas a alma ainda se move e sobrevoa campos amarelos,
Cheios de tanta, tanta vida.
E por um instante, o pavor se desfaz,
E acredito que não serei outra vez para o amor uma mera distração.
Enfim, faz sol.

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