Atrás
da velha igrejinha fiz meu santuário. Ali ninguém ia, era meu pedaço particular
de mundo. Havia uma jovem, mas já grande mangueira, pés de café quase sempre
florindo, ao lado de um pequeno pedaço de chão cimentado. Ali eu guardava
minhas relíquias tão sagradas, pedras com poderes variados, varinhas mágicas,
cajados de defesa, objetos de proteção...
Na
parede, rabiscava meu nome com letras tortas, desenhava símbolos inventados,
pendurava poções.
No
meu abrigo, nada de ruim podia entrar, era muito bem protegido pelas forças
da natureza, círculos mágicos e guardiões
invisíveis.
A
jovem mangueira era o alto da torre do meu santuário. Dali podia ver todo o
reino, as terras felizes e as terras proibidas.
Talvez
eu já soubesse de algumas verdades da vida... mas eram anos encantados, nada
era mais forte do que aquilo que eu conseguia imaginar ser real.
Ainda
não é.
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