30 de mar. de 2016
Eu também estou coberto de espinhos
Eu vejo as luzes...
eu falo sobre as luzes.
eu ouço a voz dos anjos
e o coração ascende enquanto imagino suas faces.
Todos os dias, eu olho para um canto esquecido
onde uma roseira exibe pequenas rosas vermelhas.
e sorrio, como se estivesse nos tempos de outrora
e a magia residisse em tudo de belo.
Nas noites, procuro estrelas,
a lua por entre concretos,
e sua luz iluminando as jovens flores
parecidas com orquídeas.
Ao fechar os olhos, lágrimas caem,
e eu penso sentir a presença de Algo Maior,
belo e puro, que não me mostra sinais claros,
mas sei que permanece ali.
E tudo isso, às vezes,
me faz pensar que minha alma tem leveza,
que paira longe da escuridão e do medo,
mas não é verdade.
Não é o mundo que me fere,
que me faz uma criatura fria,
sou eu;
uma criança egoísta, pequena, mesquinha.
Deus teria misericórdia desses ombros covardes?
Talvez seja esse o medo da solidão...
Estar apenas ao meu lado, e nada mais.
Lutando pela salvação, não mais pelo amor.
Não, o mundo não quer o que quero oferecer.
O mundo não precisa.
O mundo quer minha alma.
E minha alma está cheia de espinhos.
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