Na
estradinha passavam matilhas de cães. Sabe-se lá de onde vinham. Mas eram
muitos, sempre juntinhos, como uma caravana muito bem decidida a chegar a lugar
nenhum.
Mas
um dia um cachorro solitário passou. Destacava-se pela beleza. Era grande,
preto, de longos pelos lisos. Tinha algo de nobre. O pai, se não me engano,
laçou o cachorro com uma corda e trouxe pra perto. Fomos domesticando o bicho.
Deram o nome de Duke.
Duke
era minha alegria. Nas minhas lutas imaginárias, era o poderoso guardião alado,
que sobrevoava comigo pântanos monstruosos e terras habitadas por monstros
horríveis.
Para
mim, ele era bem mais que o manso e preguiçoso cachorrão, que todas as noites
subia por uma escada até o telhado onde dormia sem ser importunado. Ele era meu
primeiro herói. O primeiro de tantos que precisei em todos os anos que viriam.
Um
dia Duke partiu, partiu de uma forma triste que não vale a pena contar. Para
mim, ele tinha só voltado para junto das velhas caravanas, indo ao encontro de
outros meninos que precisavam de um amigo, de um herói.
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