14 de mar. de 2016
Há ainda dentro
Eu lembro de uma estrada...
De luzes velozes, um aroma, uma proteção.
Eu lembro do silêncio e ao mesmo tempo de uma canção:
Quando a quietude é pura, ela canta.
Todo esse tempo, essas lágrimas;
O que eu via era minha mão comprimindo o que bate no peito,
Até vazar pelos dedos como areia morta,
Como memória inútil.
É certo permitir que renasça o coração?
Que faria com essa esperança prestes a dar à luz?
Há ainda dentro desta armadura frágil algo de divino,
Mas nem meus olhos se atrevem a ver.
O que pode a Indiferença além de deixar cicatrizes profundas?
Falhou em seu intento de secar meus olhos às belezas.
Que cada um saiba perdoar os próprios crimes,
Ainda tento perdoar os meus.
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