A poesia resiste para louvar tudo o que é eterno:
As flores novas no jardim sob o sol de inverno,
A canção que ecoa pelos vãos luminosos da alma,
O perfume da memória que o vento traz quando faz curvas sem pensar,
As crianças que aos poucos voltam a correr pelas ruas de domingo,
O amor...
O amor que disse adeus e que por isso jamais irá embora.
A poesia insiste por não ser vista.
Ignorada ela cresce forte e lentamente pelas rachaduras que o tempo vai abrindo pelo chão e pelo coração,
Como as raízes dos belos e bailarinos salgueiros.
A poesia permanece porque nem tudo precisa de cura ou perdão o tempo todo, só que sendo tantas vezes o único antídoto para todas as coisas, ela escorre docemente pelos trilhos, telhados e ladrilhos,
Como a chuva santa que se esqueceu desses cantos inóspitos,
Mas que quando retornar, trará como sempre vida em abundância.
A poesia se despediu junto dos dias ingênuos da infância que a cada estação que se esvai parecem mais um sonho,
E por isso ela nunca,
Nunca deixará de estar bem aqui.
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