Inocentes luzes na jovem noite de agosto brilham acima do pequeno circo itinerante,
E brilham também os olhos por um instante.
E mesmo com seu vazio,
Sem crianças correndo com doces e encantos,
E mesmo com suas lonas cerradas,
Com suas arquibancadas sem público e seu picadeiro sem quem a este anuncie o maior espetáculo da Terra;
É possível que a magia ali adormecida lembre a quem passa veloz subindo e descendo pela velha ladeira não apenas sobre os passados dias que eram repletos de preciosidades simples e tangíveis,
Mas do sabor e do perfume de uma esperança que talvez não tarde a renascer.
E brilham também os olhos por um instante... Brilham... diante do nascimento de um último poema bobo e enternecido,
Que é sempre o penúltimo,
Que é sempre o antepenúltimo;
Porque pelo solo do coração desabrocham ainda e lentamente sentimentos puros,
Feito flores delicadas,
Que sempre perecem pela aridez da realidade,
E que sempre ressurgem diante da primavera.
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