Já não são as mesmas ruas de domingo...
Alguns olhares pelas calçadas brilham pelo cansaço de não ter esperança,
Então os vejo avançar lado a lado, de mãos dadas,
Como se por algum tempo nada pudesse doer,
E estes que caminham em busca de alguma beleza instalada em uma esquina qualquer ainda têm os sorrisos escondidos, mas não mais proibidos.
E eu também sigo quase leve, perdido nas mesmas pequenas orações fragmentadas de menino, orações que se misturam com velhos poemas sobre antigas luzes e sonhos,
E me imagino então sorrindo também... talvez um pouco mais próximo do paraíso do que estive antes do medo limpar e curar feridas que causavam vergonha.
E me imagino então sorrindo também... por toda poesia adormecida no futuro, só esperando a alma se aquecer um pouco mais para desabrochar, colorindo e perfumando novamente os momentos em que sol se deita e as estrelas se levantam.
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