É a mesma velha ventania pelas ruas vazias de agosto
As velhas folhas acertando meu rosto e suas primeiras marcas que não irão mais partir
Em uma fração de segundo
Um aroma também ancestral
De eras repletas de uma poesia quase inocente
Mas eu caminho sobre meu próprio caminho
Enquanto as luzes da cidade começam a brilhar
E vou só
Ainda que não seja tão tarde
Eu vou só
E leve
Então asas me brotam dos ombros
Ao sentir que me torno este agosto
Este agora
Ao sentir que me torno as luzes da cidade
Os carros que vem e vão
O perfume das mangueiras e eucaliptos em flor
O céu escuro abraçado por nuvens pesadas
E por um instante
Por uma minúscula trégua do tempo
Tudo é perfeito
Pois não há medo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário