27 de dez. de 2023

09/12/23

 


Ao abrir a porta

Um aroma com qualquer coisa de saudade 

De passado 

Do que se perdeu 

Ao abrir o peito 

Uma claridade macia 

Pequenas esperanças em cintilância

E o espírito

Com as mãos sempre sujas 

Não só de pecados 

Mas de enterrar sementes nos lamaçais 

Esperando pelos lírios

Pela floração

Pela absolvição 

Enfim

Os espelhos refletem pouco 

Menos do que nada 

Daquilo que foi tanto

Que foi mais que tudo

E que passou 

Agora as janelas estão abertas 

A brisa da noite adentra suave 

E move as páginas sagradas sobre a mesa 

Acaricia meus apelos 

E pelos tantos passos em falso

Eu mais uma vez me concedo perdão.