27 de dez. de 2023

26/12/23




 Não se abrirão ainda portas aos silêncios

Talvez minhas palavras e suas tentativas 

Maculem a sagrada e bela poesia dos grandes arautos 

Talvez meus sentimentos não sejam os mais puros e leves 

E assim materializados em linhas 

Nenhuma claridade acrescentem às noites escuras de tantos 

Mas há no espírito suave melodia que não se cala 

Uma fé menina que se não cresce, ao menos nunca perde a formosura 

Há memórias tão vivas

Chegadas, despedidas 

Primeiros abraços

Últimos adeuses 

Tudo compondo de notas delicadas essa canção sem fim

Foram sim, tantas, as flores perdidas pelos caminhos 

Os passos em desequilíbrio beirando a pecados

E o medo nunca deixou de ser incômoda companhia 

Mas o olhar fita firme o horizonte com sua inexplicável claridade

Pelos redemoinhos eu vejo esperanças rodopiarem 

E por vezes eu sei que minhas preces alcançam esferas celestes 

Ainda piscam as luzinhas de natal 

Ainda escorrem córregos mornos dos olhos 

Ainda estou aqui.