27 de dez. de 2023

07/12/23



 Há pela atmosfera uma claridade perfumada.

Dias dóceis, talvez.

Uma prece, uma canção, uma súplica.

O gentil silêncio.

As pracinhas repletas das luzes de natal; 

O coração cansado da espera, mas batendo tão bonito.

E a esperança de que talvez minha voz possa ainda transpassar os telhados, as copas das árvores, fios e edifícios, 

E alcançar o céu...

Este céu de nuvens como as da infância,  

Jorrando uma luz magnânima,

E deixando tudo abaixo tão magnífico.

Fere, sim, esse não bastar, 

Essa linha de chegada que nunca chega, 

Esse cume jamais alcançado,

Mas é dezembro e a vida prepara seu simbólico reinício.

O espírito ainda se renova aos sopros suaves da brisa,

O espírito ainda reflete o que vislumbra de sagrado, 

Como se não fosse tarde demais.