14 de dez. de 2022

 


Um tanto triste 

Que aquilo fosse o mais próximo de alguma coisa 

Mesmo sendo praticamente menos que nada

Pois que era ao menos uma voz 

Um perfume

Um sorriso 

O vislumbre de um porto distante 

Uma terra virgem 

Uma clareira 

Em meio ao caos que dia sim

Outro também 

Deságua sobre todas as coisas 

Danificando as engrenagens

Encharcando as fiações

Apagando as luzes 

Em momento então de rápida e rara emersão

O que resta pulsando na alma

Em busca de alguma cura 

Evoca aqueles já velhos versos gentis

Em louvor às mariposas apaixonadas por chamas 

Em louvor ao luar e sua falsa claridade

Em louvor ao tempo que nada cura 

Nada leva

Mas tudo transforma.

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