Não resta inocência o bastante para acreditar em equívocos
Quem nos dera existir o acaso
Assim teríamos um culpado para algo
Além daquele que nos observa nos reflexos
São tempos estranhos
Os céus e suas nuvens
As ruas e seus edifícios
Tudo parece estar nos devidos lugares
Contudo eu vi
Senti
Eu vejo
Sinto
Quando tudo isso desaba sem soar alarmes
Sem se importar com o que está abaixo
É tudo tão silencioso
Como a voz dos anjos que nunca respondem
É tudo tão pesado
Como as ilusões infrutíferas que nos fazem enxergar milagres
Onde eles jamais habitariam
E nesta parte haveria um porém
E surgiriam então palavras como
Luz
Alvorada
Esperança
Mas vejo-me parte do cenário desconstruído
E apenas observo então os escombros do céu
E as minhas roupas gastas
Os meus sapatos sujos
As minhas mãos vazias
E meu coração com seus ininterruptos
E cada vez mais ignorados
Clamores.
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