É como se nessa luz dos últimos dias
Estivessem dissolvidas porções de medo e fé
E essa claridade bela e estranha
Fizesse sentir que o presente se tornara uma espécie de passado
Onde eu já não caibo mais
Ao fechar os olhos então
Uma brisa fresca esquecida pela primavera no início do verão
Sopra gentil
E me faz sonhar em te cantar uma canção
Sobre um carro veloz cruzando as ruas de uma cidade abandonada
Indo em direção a um destino onde nossos sonhos todos
Ressuscitariam como se nunca houvessem se partido
Já na realidade
Apenas eu ouço minha voz
Apenas eu vejo minhas palavras
Mas você estava realmente lá
Junto a mim
Buscando pelas luzes de natal
Fungindo das pequenas dores que se acumularam por anos e anos
Até descerem violentas e pesadas por nossos corações abaixo
E já é noite
Os anjos continuam silenciosos
Talvez esculpindo com paciência um novo lar e seu jardim
Talvez adormecidos aos portões de algum paraíso inatingível
Agora
As lágrimas de súplica são também de uma saudade inversa
Saudade de dias futuros
Da minha face voltada para a alvorada
Do meu peito sendo abrigo a si mesmo.
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