Tantos estrondos por todos os lados,
Não se calam.
Não se calam.
Estilhaços afiados penetrando na mente
Enquanto essa voz gentil demais,
Essa canção suave demais,
Tenta limpar da atmosfera
A grossa camada escura de ilusão e mentira
E alcançar algo imenso e sagrado
Que de algum lugar nos observa.
Mas há no horizonte luz tamanha:
Não se apaga.
Não se apaga.
E o que caminha em sua direção
É aquilo que no peito ainda bate.
Se deixarmos,
Cruéis como são,
Roubariam até a claridade afrente dos nossos passos,
Nossa primavera, nossa poesia.
Então insisto,
Insistimos,
Temerosos, exaustos,
Insistimos.
Porque se há vida,
Há esperança, dizem.
Então dançamos pelas esquinas,
Acreditamos que o pesadelo vai acabar,
Abraçamos como se o pior já tivesse passado,
E sorrimos,
Como se o amor existisse.
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