Não seria a primeira vez
Que ao ser aquecido por uma voz terna
O silêncio fingiria se tornar menos cruel
E nos cantos da noite profunda
Brilhariam pequenos encantos intocáveis
Essas pequenas gotas de um elixir mágico
Que perde seu poder cada vez mais rápido
E logo só resta esse tolo esforço
Em usar palavras exaustas para lapidar uma escultura
Que derrete mesmo ao mais gentil toque
São outros velhos dias
E eu observo todas as antigas poderosas memórias
Agora desfalecidas
Inofensivas
Encolhidas pelos vastos cômodos vazios da alma
Então uma curta canção
Chovendo sobre o peito que tenta sempre florir
Mas cuja estiagem nunca cessa
E mais versos insípidos
Sobre a saudade de promessas nunca feitas
Então uma pequena canção
E todo o mundo a ser reconstruído outra vez
De novo e de novo
Como um eco se perdendo na escuridão
De mais uma madrugada como essa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário