Como não ter medo?
Por vezes a realidade é uma dama cruel
Exata e fria
Como que de olhos vendados
De ouvidos tampados
Às nossas súplicas e prantos
E o que é a poesia
Senão essa adaga dourada
Bela e frágil
Em riste para essa quimera gigantesca
Dantesca
Que ruge faminta sem cessar?
Mas quando quase me rendo
Ao longe espocam pequenas felicidades ilusórias
A noite quando chega
É recebida pelo perfume do jasmineiro em flor
As luzes de natal que se aproxima
Encantam nosso olhar cansado
A coragem de minha mãe
Armada de esperança e fé
Dilui o medo
Como chuva de verão limpando a atmosfera
E por fim meu coração bate forte
Firme
Como se nunca houvesse se partido
Em tantos pedaços
Tantas vezes
Assim olho então a nobre e brava dama
Fundo nos olhos
E sorrio
Damos as mãos
Decretamos trégua
Ao menos por essa noite.
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